terça-feira, 28 de maio de 2013


Braços de Ferro
a trajetória da família Cercena

O novo filme do cineasta Osnei De Lima, Braços de Ferro, vai contar a trajetória da família de Ele Cercena, desde as primeiras gerações, originárias da vila de Zolda, junto aos maciços nevados da província de Belluno/Vêneto, Norte da Itália, até os atuais descendentes, radicados em Erechim/RS, onde o empresário Ele Cercena implantou a indústria metalúrgica. Na última semana de maio, a produção se reúne no Rio para gravar a chegada dos ‘Cercena’.   

As filmagens

As primeiras tomadas de cenas registram a retirada da família de “Ele Cercennà” para o Brasil, em 1893, e foram rodadas em Zolda, com os atores italianos Paola Brolatti (de “Pães e Tulipas”), Augusto Gamba e dezenas de figurantes da região de Vêneto.

No início de abril, diretor Osnei De Lima retomou as filmagens das cenas brasileiras, que registrando pós-imigração da família Cercena. “Braços de Ferro” é estrelado por grandes nomes da teledramaturgia brasileira, entre eles Giuseppe Oristânio, que interpretará Ele Cercena, Camilo Bevilacqua (“Gabriela"), Julia Oristânio, que durante anos atuou em “Malhação”, além Renata Zanardo Nadaletti, descendente de Apolônio Cercennà (1540-1585), que, como Julia, faz sua estreia no cinema através de Braços de Ferro.

A iniciativa do filme é do filho de Ele Cercena, Juarez Cercena, que cedo perdeu o pai, introdutor das peças fundidas e os tambores de freio (que contribuíram para o desenvolvimento do setor no Brasil), e que mantém até hoje as raízes ensinadas pelo patriarca italiano, cuja história e ensinamentos quer perpetuar através da arte.

Lançamento

Braços de Ferro –a trajetória da família Cercena deverá ser lançando, em Novembro desde ano, no Brasil; e mês seguinte, na Itália, dentro do Calendário Oficial das Programações de Inverno de Belluno. O filme será distribuído em DVD com tradução em italiano, espanhol, inglês e português.


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Últimas Notícias

Alcides Mandelli Stumpf representa Unimed/RS no 3º Fórum Político Nacional da Unimed

Publicado em: 24 de Maio de 2013
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A Capital Federal, Brasília, irá sediar no próximo dia 15 de maio o 3º Fórum Político Nacional da Unimed do Brasil. E um dos idealizadores deste projeto, o diretor do Instituto Unimed/RS e presidente da Unimed Erechim, Alcides Mandelli Stumpf, confirmou presença no evento. Representando a Unimed/RS, Stumpf – que coordenou a primeira experiência do tipo no Sistema Unimed, realizando no início dos anos 2000 o Fórum Político Unimed/RS e organizou ainda o 1º Fórum Político Unimed do Brasil, em Foz do Iguaçu (PR) em 2011 – espera um encontro com enfrentamentos e discussões especialmente em relação ao papel da Saúde Suplementar e do Cooperativismo no Sistema Brasileiro de Saúde. Para tanto, representantes da classe médica, política e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estarão frente a frente avaliando avanços, entraves e necessidades da saúde brasileira. “Penso que teremos uma excelente oportunidade de discutirmos questões nevrálgicas que envolvem o cooperativismo de saúde, o ato cooperado e o próprio entendimento que a ANS tem dado à saúde suplementar no Brasil. Avançar é preciso”, analisa Alcides Stumpf – que no último dia 8 já havia participado de reunião do Comitê Político do Sistema Unimed, em São Paulo, também representando a Unimed do Rio Grande do Sul. Presenças de peso Além do presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino, o 3º Fórum Político Nacional terá a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros, da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, do presidente da ANS, André Longo (que estará representando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha), e do presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Marcio Lopes de Freitas. Destacam-se ainda a presença de várias personalidades no evento, entre elas o Jornalista Ricardo Eugênio Boechat, a representante da ANS Juliana Pereira da Silva, a Gerente de Pesquisa de Mercado do DataFolha Marlene Treuk, o Procurador Geral do Conselho Administrativo do Desenvolvimento Econômico (Cade) Gilvandro Vasconcelos de Araújo, o Professor Cientista Político Dr. Fabiano Santos e o Líder do DEM na Câmara e membro da Frencoop Deputado Ronaldo Caiado. Jornalistas, senadores, deputados, especialistas da área da saúde, lideranças médicas e cooperativas e profissionais afins aos temas propostos também participarão das atividades, que serão desenvolvidas ao longo do dia a partir de palestras e mesas-redondas.

Prefeitura avança em projeto de investimentos de R$ 14,9 milhões que beneficiará 49 ruas do Município

Data: 28/05/2013
Após aprovação do projeto pela Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira (27), proposta segue para apreciação técnica da Caixa Econômica Federal e do Ministério das Cidades

Um total de 49 ruas distribuídas por cerca de duas dezenas de bairros da cidade serão contempladas com melhorias a partir de 2014 pelo município de Erechim. Os investimentos nas vias, que demandam pavimentação nova e recapeamento, chegam a R$ 14.908.354,00 (incluindo cerca de R$ 745.400,00 (5%) de contrapartida do município) e estão sendo conquistados junto ao Governo Federal, dentro do PAC 2 – Programa PRÓ-TRANSPORTE. 

A proposta, que prevê a busca dos valores com financiamento de 20 anos e prazo de carência de 4 anos para o pagamento, foi aprovada na noite de segunda-feira (27) pelo Legislativo Erechinense e agora segue para apreciação técnica final da Caixa Econômica Federal, e do Ministério das Cidades.

Asfalto quente trará mais qualidade e durabilidade

Mais do que dar nova cara à cidade, recuperando ruas estratégicas com o chamado ‘asfalto quente’(reconhecidamente de maior qualidade e durabilidade do que o ‘asfalto frio’,utilizado hoje), o governo de Erechim responde a um enfrentamento urgente, o de melhorar a condição de vias localizadas em regiões importantes do município, e dá seguimento ao novo plano de mobilidade urbana do município, primando pela humanização do trânsito, segurança e fluidez.

Acessibilidade como diferencial

Além disso, todas as vias beneficiadas pelo PRÓ-TRANSPORTE em Erechim merecerão, conforme determinação do próprio governo federal, um novo olhar sob o aspecto da acessibilidade, num compromisso a ser firmado entre o poder público e os moradores contíguos às ruas a serem asfaltadas ou recapeadas.

Exigências técnicas para definição das ruas

A definição das ruas contempladas obedeceu não apenas às necessidades do Município (conforme o Plano de Mobilidade Urbana), mas também a critérios técnicos definidos pelo Ministério das Cidades. Entre eles, atenção especial às vias estruturantes e àquelas que recebem o transporte coletivo urbano. O programa também determina que na metragem total dos trechos beneficiados, 80% deles devem corresponder a nova pavimentação e apenas 20% ao recapeamento da pavimentação já existente. Logradouros que poderiam apresentar complicadores futuros envolvendo situações de desapropriações e outros entraves acabaram não sendo contemplados no projeto.

Investimentos pesados são uma necessidade, diz prefeito

Conforme o prefeito Paulo Polis, o município de Erechim encaminhou ainda no ano passado duas propostas (cartas-consultas) ao Ministério das Cidades, buscando ser contemplado pelo PRÓ-TRANSPORTE. Neste ano, a surpresa: as duas cartas-consultas de Erechim haviam sido aprovadas pelo governo federal abrindo a possibilidade para que a administração firmasse dois contratos de cerca R$ 15 milhões cada para a qualificação das vias urbanas. 

O prefeito explica que isso se deu por que, apesar de ser tratar de um financiamento, o município de Erechim está com o caixa em dia e equilibrado. ‘Pouco mais de 20% dos municípios brasileiros estão aptos a receber recursos do PRÓ-TRANSPORTE na modalidade em que nos escrevemos. Felizmente, estamos entre eles graças à solidez de nossas finanças. Apesar disso, sentamos com nossos técnicos e optamos por canalizar nossas energias num único contrato, preservando nossa capacidade de pagamento e atendendo a um total de 49 ruas que são estratégicas, e estão adequadas às exigências legais impostas pelo governo. Erechim está num ritmo de crescimento acelerado, e nós, como gestores, não podemos permitir que a cidade, empreendedores e os trabalhadores sejam prejudicados por problemas de infraestrutura. Investimentos pesados são precisos, e para que os façamos temos que, de forma responsável e consciente, ir além do nosso próprio orçamento”, diz Polis.

Sobre o pagamento da taxa do financiamento, o prefeito frisa que o valor deverá ser muito próximo daquele que é gasto atualmente com operações tapa-buraco e similares nas vias que receberão a melhoria definitiva.

O chefe do executivo reforça, ainda, que apesar de mais de 120 ruas já terem recebido melhorias do governo municipal nos últimos quatro anos (muitas elencadas em demandas do Orçamento Participativo), outros logradouros importantes – e que não atenderam a quesitos técnicos para ingressar no PRÓ-TRANSPORTE – seguirão sendo recuperados com recursos próprios da prefeitura. Para 2014, a meta da administração é garantir a entrada em funcionamento de uma nova usina de asfaltamento no município – capaz de produzir ‘asfalto a quente’. “O projeto está em andamento na Secretaria de Obras para em seguida encaminharmos as licenças necessárias. Com a nova usina, deveremos atender praticamente a totalidade da demanda”, antecipa Polis.

Contrato deve ser assinado em outubro

Conforme a Secretaria de Coordenação e Planejamento de Erechim, a previsão é de que o contrato do PRÓ-TRANSPORTE entre a Prefeitura e a Caixa seja assinado em outubro deste ano, abrindo no mês seguinte o processo licitatório para execução das obras – que deverão ser desenvolvidas entre fevereiro de 2014 e setembro de 2015. Dez etapas compreenderão os trabalhos, que alcançam todos os quadrantes da cidade, por onde transitam diariamente, além do transporte coletivo urbano, boa parte dos mais de 60 mil veículos registrados no município.

Na última semana, a vice-prefeita Ana Oliveira e o secretário de Coordenação e Planejamento, Anacleto Zanella, estiveram em audiência no Ministério das Cidades, em Brasília, discutindo ajustes necessários ao encaminhamento e aprovação da proposta. Na ocasião, o governo federal confirmou que Erechim estava entre os municípios brasileiros que atendiam as exigências do PRÓ-TRANSPORTE.

Ruas beneficiadas

Caso o projeto técnico seja aprovado na íntegra, as ruas a serem beneficiadas com o recapeamento do PRÓ-TRANSPORTE serão a Pedro Alvares Cabral, Euclides da Cunha e Comandante Kraemer, na região central, e Machado de Assis, no Linho. 

As vias que receberão pavimentação nova serão: João Massignan, Fioravante Tagliari, Angelo Batistus, Assunta Fuzinatto, Casemiro Kujawinski, Osvaldo Lopes, Fioravante Morandi, Mansueto Vanz, Severino Sartor, Olga Neumann Sperger, Joaquim de Moura Faitão, Angelo José Tonin, Primo Badalotti, Heraclides Franco, Domingos Gollo, Frederico Schubert, Tassos A. dos Santos, João Antônio de Almeida, Jandir Vicente Basso, Antonio Gauer, Diógenes Nunes, Angelo Girardello, Santo Zanardo, Estanislau Brzostek, Silvestre Chiarello, Capitão PM João Manoel Bicca, João Caruso, Germano Korff, Virgílio Biolo, Germano Carlos Knapik, Lenira Melânia Gasperin Galli, Wladyslaw Krepinski, Dilgai Chitolina Parenti, Caetano Alberto Rosset, Casemiro Giacomoni, Abílio Lotário Machry, Reinaldo Soccol, Marco Angonese, Theobaldo Rossi, Heitor Luiz Schaeffer, Ermínia de Conto, Espírito Santo, Demétrio Acosta e Associação Riograndense de Imprensa.



Projeto Orientação que Bate à Porta chega à terceira edição
Data: 28/05/2013
Cartilha, que aborda orientação, prevenção e proteção às famílias sobre a problemática das drogas, já teve 23 mil exemplares distribuídos
Os idealizadores do projeto ‘Orientação que Bate à Porta’ estiveram reunidos na segunda-feira (27) na Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, para definir as ações e atividades que serão realizadas com os seis mil exemplares da 3ª edição da cartilha. Estiveram presentes, durante a reunião, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jackson Arpini e o secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Rafael Testa que entregaram exemplares ao presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen), tenente-coronel Ricardo Hofmann, comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Para o comandante do 13º BPM, a partir da reunião, o Comen irá distribuir as cartilhas dentro do Programa Cine Debate. “No Cine Debate os membros do conselho vão até as escolas e após a exibição de um filme, é realizado um debate com os adolescentes acerca dos malefícios das drogas”, pontua o tenente-coronel destacando que a cartilha vem para complementar o programa do Comen.
Orientação e prevenção
O projeto tem como objetivo a visita de voluntários, devidamente capacitados, às residências da cidade, para orientar os pais de como proceder para prevenir o uso das drogas. “A cartilha de orientação, prevenção e proteção às famílias sobre drogas é um guia de procedimentos simples e prático, numa linguagem acessível, que pode auxiliar os pais, familiares e responsáveis a manterem seus filhos longe das drogas, bem como auxiliá-los a identificar precocemente se seus filhos estão envolvidos com o mundo da drogadição”, declara o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jackson Arpini.
Lançado em 2009, o projeto foi uma iniciativa da Secretaria da Cidadania, de Saúde, de Segurança Pública e Proteção Social, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), 13º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), Conselho Municipal de Saúde (CMS), Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen), Delegacia de Policia para Mulher, Coordenadoria da Mulher de Erechim e RBS TV Erechim.
“Atualmente o projeto chega a sua 3ª edição, numa parceria com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, através da interlocução do deputado estadual Altemir Torteli, que na época ocupava o cargo de vice-presidente da mesma”, explica Jackson Arpini lembrando que já foram entregues à comunidade 23 mil exemplares (edições anteriores) e foram realizadas neste tempo diversas ações e atividades voltadas ao tema como fóruns, palestras, ações e caminhadas.








ZOLDO/ERECHIM – O novo filme do cineasta Osnei De Lima, Braços de Ferro, vai contar a trajetória da família de Ele Cercena, desde as primeiras gerações, originárias da vila de Zolda, junto aos maciços nevados da província de Belluno/Vêneto, Norte da Itália, até os atuais descendentes, radicados em Erechim/RS, onde o empresário Ele Cercena implantou a indústria metalúrgica.


As filmagens


As primeiras tomadas de cenas registram a retirada da família de “Ele Cercennà” para o Brasil, em 1893,  e foram rodadas em Zolda, com os atores italianos Paola Brolatti (de “Pães e Tulipas”), Augusto Gamba e dezenas de figurantes da região de Vêneto.


Nesta segunda-feira, dia 8 de abril, diretor Osnei De Lima começa a filmar as cenas brasileiras, registrando a história da família Cercena pós-imigração, estrelada por grandes nomes da teledramaturgia brasileira, entre eles Giuseppe Oristânio, que interpretará Ele Cercena, Camilo Bevilacqua (“Gabriela"), Julia Oristânio, que durante anos atuou em “Malhação”, além de Renata Zanardo Cercena, descendente de Apolônio Cercennà (1540-1585) que, como Julia, faz sua estreia no cinema em Braços de Ferro.


A iniciativa do filme é do filho de Ele Cercena, Juarez Cercena, que cedo perdeu o pai, introdutor das peças fundidas e os tambores de freio (que contribuíram para o desenvolvimento do setor no Brasil), e que mantém até hoje as raízes ensinadas pelo patriarca italiano, cuja história e ensinamentos quer perpetuar através da arte.



Olhares desconfiados, pessoas se aglomerando pelos becos e janelas e um silêncio de vozes, mas um barulho de medo. Confesso que tive certo receio quando passamos pela rua onde acontecia o baile funk, onde Tim foi capturado.


Tim Lopes foi assassinado há dez anos. Ele era meu pai.Então, corrijo: meu pai foi assassinado há dez anos. Durante todo esse tempo, a morte e suas adjacências me atormentaram nos dias de junho, data da sua morte e meu nascimento. Nascimento. É o nosso sobrenome. O oposto da morte. Há quem pense que a morte é o oposto da vida, mas é o nascimento que se opõe. Portanto, Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, meu pai, o Tim, foi assassinado há dez anos.

Na faculdade de Jornalismo muitos não sabiam – nem poderiam – de quem eu era filho. Seis meses após sua morte, eu ingressava no mundo acadêmico ainda desorientado pela minha perda. Ouvia colegas dizendo que meu pai “rodou” porque “deu mole”, etc. Ainda era muito recente. As pessoas sempre falam besteiras sobre o que não sabem. E o que elas sabiam era como Tim Lopes havia sido morto. Mas não sabiam como Tim Lopes havia sido vivo.

Em 2004, nos corredores da TV-Globo, o Guilherme Azevedo me encontrou e veio com a ideia de fazer uma homenagem ao meu pai. Seria um documentário, mas poderia ser um longa de ficção. Desconversei, ainda não queria mexer no que ainda não havia mexido, talvez porque não tivesse superado a morte de meu pai. E é difícil trabalhar onde seu pai trabalhou; onde eu buscava a mesada sempre de calças compridas para não ser barrado na portaria; onde eu havia visto pela primeira vez os rostos famosos da televisão e os rostos que não eram famosos na televisão, talvez apenas um, o único que me bastava , o do meu pai. Aquele sorriso solto e lento ao me ver entrar na redação. Não, eu ainda não poderia reencontrar meu pai dois anos depois da sua morte. A conversa seria retomada algumas vezes ao longo dos anos, mas em 2009 decidimos fazer um documentário sobre a vida do meu pai, que além de “jornalista-Tim Lopes-da-TV-Globo-morto-por-traficantes-de-drogas-no-Complexo-do-Alemão-em-junho-de-2002-quando-realizava-uma-matéria-sobre-a-exploração-sexual-em-bailes-funk-na-Vila-Cruzeiro”, era Arcanjo Antonino, filho de dona Maria e seu Argemiro. O filme que estamos fazendo é sobre esse homem.

Nos oito anos de profissão que completei recentemente, ouvi muitas histórias curiosas sobre meu pai.  Pelo fato de ter seguido sua profissão, a esperança e a confiança do meu desponte na carreira era latente. “Tá no DNA, rapaz. Tá no sangue!”.

Sempre achei graça dessa cobrança, porque meu pai havia me desencorajado a me tornar advogado, quando cheguei a ensaiar uma tentativa de migrar para o Direito (aos 17, quando ‘soube” que Vinicius de Moraes, além de poeta, era diplomata)_. “Não quero puxar a brasa pra minha sardinha, não irmãozinho, mas teu negócio é escrever, teu negócio é jornal”. Dois anos depois meu pai morreria. E eu não podia nem queria decepcioná-lo.

Fazer um filme sobre o próprio pai é expor sua humanidade e seu caráter, mas sem essencialismos. Entender que o Tim Lopes não era meu pai, mas que o meu pai era o Tim Lopes. Um homem de bem, um gaúcho, um carioca, um boêmio, um maratonista, um gaudério. Um homem. Pai. Repórter acima de tudo. Mas era humano.  

E ao idolatrarmos quem admiramos, isso nos afasta, nos distancia da própria reverência. Meu pai não era dado a pompas, mas ao reconhecimento. Em vida. Flores em vida, diria Nelson Cavaquinho, quem meu pai adorava e pôde conhecer nos tempos de Mangueira.

Filmar na Vila Cruzeiro. Filmar na Favela da Grota. Nunca havia ido ao Complexo do Alemão nem da Penha, decidimos ir na semana que seriam completados dez anos de sua morte. Foram dois dias, às vésperas do dia 2.

No campo de futebol, onde meu pai foi morto, não havia ninguém. Sol forte. Era a primeira vez que entendia que meu pai havia mesmo morrido. Era o mesmo lugar que a televisão havia mostrado ao longo dos anos. E eu estava lá. Cheguei a procurar meu pai  não por lá, mas na memória, para que pudesse levá-lo vivo para aquele lugar silencioso e descampado. Pelo menos uma vez. O sol estava forte, mas me despedi de meu pai e fui embora. Exausto. Todos ‘estávamos’ cansados, mas a equipe estava mais ainda, porque estavam preocupados comigo. No dia seguinte, na Vila Cruzeiro, o tempo nublado justificou a nossa recepção. Olhares desconfiados, pessoas se aglomerando pelos becos e janelas e um silêncio de vozes, mas um barulho de medo. Confesso que tive certo receio quando passamos pela rua onde acontecia o baile funk, onde Tim foi capturado. Um morador veio espontaneamente conversar conosco. Isso foi muito legal. Falou sobre a importância que a repercussão da morte do meu pai trouxe para o local. As autoridades finalmente haviam se mobilizado para, dez anos depois, atenderem ao pedido da população dos complexos: recuperar a cidadania dos moradores dessas comunidades.

Quando estávamos no Rio Grande do Sul, onde meu pai nasceu, mais precisamente em Pelotas percebemos que durante as filmagens fizemos o caminho inverso da vida de Tim. Encontramos a morte para depois reencontrar a vida. O lugar onde nasceu. Justamente a ideia inicial que tivemos e decidimos trilhar. Sair da morte e retornar ao nascimento, sobrenome que herdei do meu pai. As raízes da família nos aproximam de nós mesmos e nos permitem seguir em frente. E era isso que meu pai gostaria que fizéssemos: celebrar a vida.


Por Bruno Quintella (do Nascimento), jornalista


BLOCO NÃO DESFILA DOMINGO

RIO - Há 50 anos desfilando nos três dias de folia, excepcionalmente este ano de 2012 o Cacique de Ramos não estará realizando seu tradicional desfile pela Rio Branco, na segunda-feira de carnaval, devido ao grande contingente de caciqueanos que estará no Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro, o famigerado e novo Sambódromo, participando do desfile da Mangueira, cujo enredo é em homenagem ao bloco mais querido do Brasil. 

Os interessados em desfilar no Cacique de Ramos nos dois dias em que o bloco já podem adquirir suas camisetas ou fantasias de índios das alas Guerreiros, Apaches e Carajás.

Na foto, Renata Santos, rainha da bateria da Estação Primeira de Mangueira, Bira presidente e Evellyn Alves, rainha da bateria do Cacique de Ramos, que participaram do ensaio de fotográfico de lançamento das novas camisetas das alas Eu sou Cacique e Cura Ressaca.

Colaborou Nayra Cezari


GIOVANNA LANCELOTTI
Precioso talento da nova geração, Giovanna Lancelotti fez sucesso em "Insensato coração", com seu encantamento de jovem e seu talento de atriz.




Cesar Tralli conquista troféu Tim Lopes

A REPORTAGEM cinematográfica "Fuga da Vila Cruzeiro", de Francisco de Assis, da TV Globo (RJTV) recebeu a maior premiação da 13ª edição do Prêmio Imprensa Embratel, que este ano bateu recordes de inscrições e de participação de jornalistas de todo o país. A cerimônia de premiação foi realizada na noite de ontem, dia 22 de novembro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de mais de 400 convidados. 

A reportagem vitoriosa que levou o Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho foi realizada em novembro do ano passado, durante a ocupação, por policiais e militares, da comunidade Vila Cruzeiro, na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. Uma transmissão ao vivo e em tempo real mostrou a maior debandada de traficantes de uma favela carioca. As imagens da fuga desesperada de bandidos armados foi a cena mais marcante de toda a cobertura da histórica ocupação do Complexo do Alemão.

O Prêmio Imprensa Embratel 2011 recebeu 1.402 inscrições de reportagens de 1.964 jornalistas de todo o país. Desse total, 1.100 trabalhos concorreram nas categorias nacionais e 302 nas regionais. Foram pré-selecionados 199 e escolhidos 51 finalistas.

Na edição de 2011, foi distribuído um total líquido de R$ 166 mil em prêmios. A reportagem vencedora do Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho foi premiada em R$ 21 mil.

Ao longo da sua existência, o Prêmio Imprensa Embratel tem procurado evoluir a cada edição e este ano apresentou novidades como a criação da categoria Reportagem sobre Educação - destinada a matérias que incentivem a criação e a implementação de iniciativas capazes de contribuir para que as instituições educacionais tenham um ambiente mais favorável para melhoria da qualidade do ensino.

A segunda novidade foi a unificação da categoria de Reportagem sobre Tecnologia da informação, Comunicações e Multimídia, que, até o ano passado, era subdividida em duas - reportagens em veículos especializados e reportagens em veículos não especializados

O Prêmio Imprensa Embratel tem abrangência nacional e o objetivo de reconhecer e estimular a produção de reportagens sobre os grandes temas nacionais, veiculadas em todas as mídias, que representem uma efetiva contribuição para a inclusão social e a promoção do desenvolvimento sustentável, gerando cidadania e uma radiografia realista e construtiva do Brasil.

Confira a relação completa de reportagens vencedoras, por categoria, do Prêmio Imprensa Embratel 2011:

Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho 

- "Fuga da Vila Cruzeiro", de Francisco de Assis, da TV Globo (RJTV).

Reportagem em jornal e revista

- "Guerras desconhecidas do Brasil", de Leonencio Nossa e Celso Júnior (Fotografia), do jornal O Estado de São Paulo (Caderno especial).

Reportagem em emissora de televisão

- "Transamazônia: a estrada sem fim - Especial 40 anos", de André Tal, com Gustavo Costa e Cátia Mazin, da TV Record (Domingo Especular).

Reportagem investigativa - Troféu Tim Lopes

-."Fronteiras escancaradas", de César Tralli, com Pedro Mantoan e Fernando Ferro, da TV Globo (Jornal Nacional).

Reportagem econômica

-."A nova ordem global", de Vicente Nunes, Luciano Pires, Rosana Hessel, Vera Batista, Márcio Pacelli, Cristiane Bonfanti, Vânia Cristino, Liana Verdini, Sílvio Ribas, Gabriel Caprioli, Gustavo Henrique Braga, Victor Martins, Rosa Falcão, Fernando Braga, Mirella Falcão, Ricardo Allan, Jorge Freitas, do jornal Correio Braziliense.

Reportagem sobre responsabilidade sócio-ambiental - Troféu Instituto Embratel

-."Produção irregular de carvão vegetal no sul do Piauí", de José Raimundo, com Bárbara Bom Angelo, German Maldonado, Robel Sousa, Genser Freire, da TV Globo News (Especial).

Reportagem esportiva

- "Vinte anos sem Pepê - O último voo de um campeão", de Fellipe Awi, com Roger Simões, da Sportv Repórter.

Reportagem fotográfica

-."Morte no trabalho", de Marcos Porto, do Jornal de Santa Catarina.

Reportagem cinematográfica

- "Resgate de Dona Ilair", de Rogério de Paula, da Intertv Serra Mar (RJ).

Reportagem em emissora de rádio

- "Tecnologia a serviço do crime", de Cid Martins e Fábio Almeida, da Rádio Gaúcha.

Reportagem cultural

- "Quase brancos, quase negros", de Fabiana Moraes, do Jornal do Commercio (PE).

Reportagem sobre educação

- "Publicidade infantil", de Adriana Nasser, com Fábio Damasceno, Oswaldo Alves, Mauro Zambrotti, Naitê Almeida, Wesley Gomes, Carlos Átila, Cíntia Vargas, Jairom Rio Branco, Lúcio Martins Neto, Luciano Gomes, Patrícia Araújo e Ulov Flamínio, da TV Brasil.

Reportagem sobre tecnologia da informação, comunicação e multimídia

- "A tecnologia nas sete artes clássicas", de Carolina Vicentim, do jornal Correio Braziliense.

Reportagem regional Centro-Oeste

- "Onde eles estão? Os desaparecidos da democracia", de Rosana Melo, Macloys Aquino e Alfredo Mergulhão, do jornal O Popular (GO). 

Reportagem regional Nordeste

-."Infância perdida", de Fabiana Maranhão, Sofia Costa Rêgo, Vanessa Beltrão, Vanessa Cortez, Tião Siqueira e Geraldo Bringel, da TV Jornal do Commercio, Rádio Jornal e NE 10 (ex-JC online).

Reportagem regional Norte

- "Polícia covarde", de Márcio Azevedo, da TV A Crítica (Alô Amazonas).

Reportagem regional Sudeste

- "Maria Zélia, a mãe de Douglas", de Ari Lopes e Gustavo Carvalho, do jornal O São Gonçalo (RJ).

Reportagem regional Sul

- "Uma rotina contra a vida", de Patrícia Auth, Daniela Pereira e Ânderson Silva, do Jornal de Santa Catarina.












A HISTóRIA DO CIRCO

São Paulo/SP – O mais paulistano circo do Brasil, o Spacial  estreia, na próxima sexta-feira, dia 15, o espetáculo “A História do Circo”, dentro das comemorações do mês do circo, que tem como data oficial o dia 27 de março, em uma homenagem ao palhaço brasileiro Piolin. Considerado um grande palhaço, no melhor sentido, Piolin se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista.

O Spacial realiza um espetáculo vanguardista que ao mesmo tempo preserva a tradição da arte circense com sua trupe de artistas renomados: equilibristas, malabaristas, trapezistas, contorcionistas, acrobatas, mágicos, ilusionistas e os três palhaços mais engraçados do Brasil: Pepe, Pingolé e Buguinho.

Artistas afinados, o luxuoso figurino e a incrível trilha sonora ajudam a compor a “A História do Circo”, espetáculo que ressalta de forma lúdica toda a trajetória do circo, desde a pré-história até os dias atuais. Com duas horas de duração – o show mescla o tradicional com o contemporâneo, resgata o sonho e a magia da arte popular e oferece ao público momentos divertidos, emocionantes e inesquecíveis.

“A História do Circo” estará em cartaz na zona norte, no espaço cedido pela Prefeitura de São Paulo, localizado próximo ao Shopping Center Norte, e que representa um oásis na selva de concreto que se tornou a cidade. Um espaço para que os artistas de circo desenvolvam dignamente seu nobre oficío. O primeiro circo a ocupar o terreno durante três meses é o Spacial, mas a intenção é que o espaço se torne um pátio oficial abrigando periodicamente todos os circos que passam pela cidade levando arte, cultura e entretenimento para públicos de todas as idades. A conquista deste terreno deve-se ao esforço e empenho da Associação dos Amigos do Centro de Memória do Circo e de Verônica Tamaoki, coordenadora do centro, cujo objetivo é resgatar e preservar a tradição circense.

“É preciso conscientizar os prefeitos para que eles passem a ver o circo com outros olhos, diminuindo a burocracia para a concessão do alvará de funcionamento e cessão de terrenos públicos. A atividade circense em terrenos particulares se torna inviável devido ao preço, mas a comunidade circense aposta e confia na sensibilidade do novo prefeito e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.” (Marlene Querubin, presidente do Circo Spacial e vice-presidente da União Brasileira de Circos Itinerantes).